sábado, 11 de outubro de 2014

sobre dois, sobre o depois

eu não sou mais nada, nao quero mais,
o teu olhar no meu.
eu não quero nada,  eu não sou mais...
um ser num mar só teu.

Mas eu só penso num lugar só meu, só teu.
você não está aqui, mas vive passando, no nosso quintal.

eu não penso mais em olhar naquela praça,
não sou de ferro como todos pensam,
eu não sei o que olhar e sorrir sem graça,
não penso que a vida seja como molhar
um vaso sem flor

a preocupação com o telefone beira o suicidio,
a intenção de brilhar no em cima de um cone é obsoleta,
as tuas palavras não são o que um amigo meu aceitaria,
e tudo que eu tenho aqui, são apenas numeros de outra
violeta.

cansei de pintar a cara querendo ver o rosto,
cansei de te abraçar e nunca ver o teu gosto,
eu sei que alguém aqui sente que é tudo meio esquisito
será q o mundo todo é assim, ou só eu tenho o faniquito

as pessoas se tornaram suas fotos 3x4,
uma faceta fria como céu,
distante e estrelado,

gente inteligente, bonita,
conteudo delinquente, porções de batata frita
uma mesa de madeira, e a breja fria,
palavras e risadas cansadas, tentando
urgentemente serem compreendidas.

falando de crianças morrendo,
só um segundo de atualização,
seu rosto corando seus olhos tremendo
apenas por alcoolização,

o medo de ficar doente, sozinho e sem juízo,
transforma as pessoas em modelos,
aspirinas de felicidade e tarifas para o paraíso.
roupinhas vintage não vão impedir a queda do seu cabelo

a sua presença vermelha não representa calor,
o teu olhar pós sexo, ainda causa a minha dor,
a tua necessidade de não estar lá,
fez com que você deitasse apenas pra compartilhar.

nada que eu disser vai traduzir o que sinto,
praças frias e o piso sujo, revolução e a bituca de cigarro
caindo lentamente de sua mão.

papos cabeça, risadas a beça,
beco claustrofobia, não há nada na mesa,
escuro paixão, carência, sexo é a solução
coberto de frio, apenas com o silicone
transgressão.

Criança no gramado, adulto embalsamado
suítes de solidão, sonhos sem depravação,
sublime utópia doce, agua fria, agua ou orgia?

café na barraca, fogo na cerca, cavalos correm livres,
meu pulmão preto não, barracas são vazias,
meu corpo preto não, não sou vazio, sou vacuo,
terra na arida ave fria, contudo sou veneno,
de toda essa valentia, sorrisos, só valem se for mais
de dez.

gosto apenas do seu, toda vez, romântico com vulgaridade
é apenas mais um sinal de idade, a teta peluda crescendo,
ao contrario da vaidade, aceito mais um conselho,
por pura sacanagem, sou virgem de viagem,
sou livre, mas não da humanidade,

quando quiser, eu sento me ao norte ao lado de alguém,
apenas pra escutar, sobre o porquê das notas de cem,
eu me amo, por quê mais ninguém!?
eu respondo: eu não sei,

mas eu estava ali pra amar, ele também, sempre a encorajar,
cego de desejo, corpo quente, movimentos alegres não escondem
a geleira trincada a se derrubar, polo norte desabando cada vez
mais forte, foco forte, drogas não entorpecem a pedra de gelo
em cima de seu peito, te amei até você sentir isso, quando sentir
talvez eu não beire o suicidio.