Estacionado na Memória, mudei-me para o tempo, com a intenção de ficar por aqui por um bom tempo.
Embaixo da cama, fica meu ventilador, e meu relógio mostra meus deveres. Ele, achei que tivesse me abandonado, só porque o ignorei um pouco, com uma dúzia de livros, também um pouco de música ambiente.
Nós nos distraímos em nosso próprio passo, mas ela não caiu, parece ter sido de propósito, agora estou a encarar quatro violões sem ao menos cordas, e meu pensamento engorda através de nossa distância.
O Elemento, principalmente, respirou, apenas isso, numa espécie de Feixo, circunflexo, com varios animais correndo em volta, a única coisa que ganhei deles foi seu caleidoscópio, que continua a me distrair. Eu cansei de segurá-lo, cansei de escrevê-lo, cansei das sombras que o sol traz, cansei do impetuoso vício, cansei das limitações, cansei dos nossos 3%, porque eu acho que corri demais os olhos.
Corro pelos anos passados, e o que eu mais teria matado seria a minha inocência que fora a pouco assassinada pelo susto, e quando eu já não queria mais, eu estava nisso, na sujeira que glória deixou. Eu me tornei minha própria anomalia, escutando Pink Floyd com alegria, sentindo o seu trovão em meu peito, traído por generais obesos que comem criançinhas.
Nós durmimos sem ao menos escolher ao filme que assistiriamos, agora em minha eterna hibernação, só consigo escutar um intenso soar dos trilhos, que me acompanham. Numa Sinfônia de duas notas, num bicho de sete cabeças, e seus primos bebiam àgua desesperados, queriam estar em casa de novo, sentindo a brisa do vento, longe as badaladas dos sinos praticando seus feitiços quebrados.
O Grito por trás do muro é insuportavel, foi posto em algum buraco, acreditando ser feriado, com a curva do aluguel pra cima. Agora, por mais incrivel que parece, está silencioso. Com outra estranha melodia surgindo em meio ao surdo, diz-se esquisita pelo que nosso professor ensinou. Mas ainda sim, continuo escutando meu bolso obeso e mudo, ficou longe demais, seu gás castrado doméstico, parece engraçado como uma promoção de trombone.
Vejo toda agua se evaporando, como se esvai os fios de cabelo da esposa no Requiem de seu casamento, ainda na forma liquida, as pressas, sem objetivo nenhum, como um estranho no ponto de ônibus, vai embora mais rapido que a musica foge dos olhos...
***Maldita seja, utópica, eu a odeio por saber o que ela é, tenho vontade de caminhar pelos trilhos somente para sentir a eletricidade. Mas sempre acordo anestesiado no meio da rua, com os carros e as rádios ligadas, escuto a mordida crocante de longe, aos olhos cegos que vêem o que ela realmente representa em nosso quadro social, os trombones mais caros que nunca! "Só Deus sabe que eu e você não nos escolhemos para o que fazemos, e quem é quem?" Subindo e Descendo, no Tecer da teoria, apenas roda e roda.
O Dr. Chega de longe e como quem está falando consigo mesmo, esquece de que há de longe, uma grande plateia em seu escritório, o senhorio, apenas abre a boca, e em seguida acende seu Cubano, e cala-se. O Dr. Chega as proximidades do palco, especificamente onde está o microfone, e o desliga, mesmo desligado, ele coloca sua mão direita, de forma que tampe totalmente o som, de longe é possível escutar a senhora da outra poesia falando "Hum... que mãos grandes ele tem! ihi!", o Dr. começa então:
"Começei lá pela noite, madrugada, amanheceu um sol inexpressivo, eu acabei me iludindo, pensei que a tivesse matado. E sim, como vocês imaginaram, com essas vibrações, eu tremo todo, alguém reparou que a cruz aqui faz sombra? Quem nega que há luta por todo lado e é realmente isso que importa?".
O Porta-Malas:
Eu te vi atravessando o deserto, mas preferi o frio e o gelo seco, pra ver se dói menos, Raios Lasers por toda a parte, cubos de gelo em meu sapato, lavo-me na lareira para tirar o calor, as vezes, fico meio confuso mas o som é tão bom, qualquer cor que você goste. Por mais estranho que soe sempre se torna comum. Acolhido pela cama e o sôssego da brisa do mar que é vista pela Televisão.
Os Botões:
Sem som, porém os melodrons e os ecos não param!
A Música não possuí um blues profundo, porém tem um poder de observação imenso. A Orquestra o acompanha, ele tem tudo, ela vem nua, pronta para amar, mesmo com a forte melancolia está tão protegida n´algum telefone sem ninguém em casa.
O Processo Finalmente!:
Este é o sinal de que se iniciou, como num video do fim ao inicio, é nítido que os tambores tocam, e possuí um armário cheio de armas escrito "Não ousarás mudar".
Antes de embarcar, passaremos através deste monittor o aviso: "Não é permitido a entrada de objetos, nem esqueletos ou Latitudes. Proíbido para menores de 18 anos, pela pesquisa levantada, ninguém nesta idade gostaria de usar."
Todas as paredes brancas exceto a do leste, que possuí um outro guarda-roupas cor Rubro-Vinho, coberto das cinzas de quem já renasceu, não há janela e a permanência por mais de 20 minutos pode resultar em morte por insulficiência de felicidade.
Chega o momento dos cumprimentos por educação, quase sempre vai bem, é o de se esperar, depois não se lembra mais quem é. É tão frio e banal, que no fim é sempre igual, tal qual ele diz que sempre finge ser normal para ficar eternamente e não mais voltar. Num Exílio como na canção, só resta curtir o som ambiente, já que são mais alguns andares, mas que bobagem, se isto não sobe nem desce.
Agora a nostalgia, e te lembra que a graça está no que é normal, principalmente não precisa pagar e não se deve nada a ninguém.
São tantas vozes em determinado momento, que só se entende a frase "Eu te amo" as vezes varia entre "Perdão" e "Ódio". Mas o amor permanece igual, chega a ser revoltante mas bonito.
Não se esquecer de que está sozinho, isso é importante, o momento deve ser pessoal, porém racional, nós construímos nosso mundo, o devastamos como queremos, pra mostra o quão solitários somos, a curva vem como uma onda de cada vez e ela ri infantilmente.
Hora do sonho se destruir, nesta parte é preciso montar sua própria cabana, rápido, não se pode perder o trem, muito menos pega-lo, sempre agressivo, com cautela, quando escutar o chute está na hora.
É a hora, corrija tudo, controle tudo! Eles passam te olhando, mas é por medo. É um Salão imenso, todo seu, seu turno, sua vontade, minha voz, minha cabeça, minha alma. O Poder é o seu reflexo como Aberração, é emocionante não? É a sua desgraça, tudo é seu, a realidade, até que ela, da mesma forma, o tire de você.
Senhoras e Senhores, Obrigado pela Viagem, não se esqueçam de seus pertences, a saída é o matadouro, Agradecemos por voar conosco!
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Coisas Belas e Sujas (Dirty Pretty Things) - 2002
Braços dados ao Mar, desconhecidos do Porto, Receam ao primeiro toque.
Criativos em sua fuga, perpetuam cada momento apenas para servir com
esperança ao Próximo.
Cultivam sua Realeza, aqueles do outro lado da janela,
sua inescrupulosa alegria surda e contagiante, suja as coisas mais belas.
Dançar e cantar, a transformação dos corpos em meio ao selvagem Hall de entrada. Explícita, Inútil e ao mesmo tempo, Platônica, Eis de ser a fantasia que ilude até o mais amargado dos animais.
Braços Dados ao olhar de um ventilador,
cotovelos marcados pelo lençol vermelho da cama,
Ele se levanta esperando o sentimento de ir,
Ela cruza os braços, de forma em que seu segredo ainda esteja consigo,
e os pés se mexendo, inaugurando uma sequência de sensações e movimentos. Seu chanel tomado por varios sentidos, reflete a luz do sol,
vinda através das Cortinas Vermelhas.
Seu Olhar o faz lembrar sua infância, em seguida,
Utopia e por fim, a Realidade ocultada por um sonho.
Braços dados a outro daqueles sonhos, em que se cabe os dois envolvididos, apenas sonhos, gradativamente tornam-se mais intensos.
A única real vontade, é aquela do sonho, a de ouvir aquela voz, escutar suas primeiras e ultimas palavras, na certeza de que realizara seu sonho, e não de que sonha com uma realidade.
A única real vontade, é aquela do sonho, a de ouvir aquela voz, escutar suas primeiras e ultimas palavras, na certeza de que realizara seu sonho, e não de que sonha com uma realidade.
Agora no conhecido hall de entrada, pelo qual ele nunca ousou entrar,
percebe que aqueles velhos sinos e timbres ainda, de forma bela, tocam aos seus ouvidos, Só não se sabe se ainda é o sonho, ou se eles tocam.
Quando por fim, ele sai da casa, e olha ao seu redor, só uma coisa lhe chama atenção, lentamente, ele chega perto, e sem medo, com suas frias mão ensanguentadas, Passa a vista no anuncio, que por sua dedução, deve ter chegado pela manhã:
"Doa-se coração, aos necessitados, e aos que desejam amar, talvez seja mais útil ao novo portador.".
Por um minuto, descansa, e encara novamente:
"Dor que nos cega, e o pior, que nos cansa, que nos distrai, que leva e traz, a flor vermelha, à pinceladas de suco de tangerina, ainda que seja dor, a sensação sempre se mostra boa"
Coisas Belas e Sujas/Dirty Pretty Things
De Stephen Frears, Inglaterra, 2002
Com Chiwetel Ejiofor (Okwe), Audrey Tautou (Senay), Sergi López (Juan Sneaky), Benedict Wong (Guo Yi), Sophie Okonedo (Juliette), Zlatko Buric (Ivan)
Argumento e roteiro Steve Knight
Fotografia Chris Menges
Música Nathan Larson
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